Hospital Municipal terá novo fluxo de atendimento adulto
A medida, apresentada nesta quinta (20) durante coletiva de imprensa, garante que todos os usuários do serviço público de saúde sejam assistidos com mais resolutividade.
Publicado em 20/07/2023 13:55
O Hospital Municipal de Governador Valadares é a principal porta de entrada para pacientes da cidade, mas também de outros 58 municípios da região. No entanto, o HM acaba recebendo um grande número de usuários que, de forma geral, o procuram em caso de ocorrências básicas de saúde. No entanto, a unidade hospitalar deveria concentrar e oferecer atendimento para casos mais graves, ou seja, urgências e emergências.
Essa situação vem causando superlotação, o que resulta em transtornos, tanto para pacientes, que acabam esperando um tempo maior, como também para as equipes de saúde, que precisam dar conta da alta demanda. Pensando nisso, a Prefeitura de Valadares, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), informa que a Rede de Urgência e Emergência (RUE) do Hospital Municipal vai passar por uma reestruturação em seu fluxo de atendimento adulto.
A partir do dia 24 de julho, os casos de menor complexidade serão atendidos pelas Unidades de Saúde e pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que funciona todos os dias, durante 24 horas, ao lado do Hospital Bom Samaritano. A medida é para garantir que todos os usuários do serviço público de saúde sejam assistidos de forma digna, com mais qualidade e resolutividade, melhorando a prestação de serviço. Além de desafogar o Hospital Municipal – que é referência para pacientes de Valadares, da micro e macrorregiões.
Para apresentar a medida e explicar como tudo vai funcionar, o prefeito André Merlo, o secretário de Saúde, Leandro Amaral Andrade, o diretor executivo do Hospital Municipal, Wesley Freitas, e a gerente administrativa da UPA do Vila Isa, Samira Azevedo, realizaram na manhã desta quinta-feira (20) uma coletiva de imprensa.
O prefeito André Merlo contextualizou a importância das mudanças no fluxo de atendimento. “Nós recebemos do Estado R$ 2,4 milhões por ano para ter um hospital 100% porta aberta, mas esse valor não cobre um mês. Para evitar que o hospital feche, nós estamos propondo mudanças no fluxo de atendimento e esperamos que todos de Valadares e região, além dos funcionários do hospital, entendam nossa proposta. É um momento difícil e Valadares não está aguentando bancar mais isso. Precisamos que o Estado e, principalmente, a União, enxerguem Valadares e as cidades-polo de uma maneira diferente. Temos agendada novamente uma reunião com o secretário de saúde do Estado. Vamos correr atrás e também pedir novos recursos para continuar cuidando da saúde da população”, relatou.
Já o secretário de Saúde, Leandro Amaral, destaca que é preciso redesenhar a cultura de utilização da rede de saúde. “Temos um hospital habilitado em diversos serviços de média e alta complexidade, e não há justificativa para que 60% do nosso atendimento seja para pacientes que poderiam ser atendidos pelas unidades de saúde ou de pronto atendimento, que funcionam 24 horas. Muita gente tem a ideia equivocada de que há um limite de acesso à UPA; isso não é verdade. A UPA é um equipamento público do município de Valadares que pode ser acessada por qualquer cidadão. Nosso objetivo é redesenhar a rede pública de saúde e reencaminhar todos usuários, inclusive da macrorregião Leste, para que eles utilizem os equipamentos de forma correta. São 52 municípios pactuados, mas com regularidade atendemos a mais de 80 e com sazonalidade estamos atendendo mais de 100 municípios”, explicou.
Segundo o diretor executivo do Hospital Municipal, Wesley Freitas, o hospital utiliza a classificação de Manchester em seus atendimentos. “Atualmente, na porta da Policlínica acontecem os atendimentos de grau leve: pacientes verdes e azuis, além dos ‘brancos’, que é uma adequação de serviço. Já nas entradas do HM, são classificados por amarelo, laranja e vermelho, que são de urgência. Esse atendimento é executado desde o fim da pandemia e hoje entendemos que o número de pessoas que procuram o hospital não nos permite dar efetividade no atendimento e muito menos continuar custeando. Nós temos uma dívida grande, tem algumas coisas que estão desabastecidas no hospital, mas nós estamos enfrentando a crise e trabalhando. Por isso, buscamos melhorar o fluxo de atendimento na cidade para aquele paciente que precisa com maior gravidade e também aquele com menor gravidade para que sejam atendidos de maneira adequada, mas em locais específicos para que não haja sobrecarga”.
Por fim, Samira Azevedo, gerente administrativa da UPA, destacou que a unidade está preparada para receber os pacientes. “O Ministério da Saúde divide as UPAs em nível nacional por opções ou por portes. A UPA de Valadares hoje é uma opção 8; em nível nacional é a maior que tem no Brasil. Ela tem capacidade instalada para atender toda a demanda, que é de 350 a 400 pacientes por dia. Nosso atendimento é de baixa e média complexidade. Hoje a UPA dispõe de nove médicos, com atendimento 100% SUS, porta aberta. Então, para toda demanda que é hoje encaminhada, nós temos uma equipe técnica disponível e capacitada para atender 24 horas. Estamos à disposição do município para auxiliar e prontos para receber a população”, disse.
Como vai funciona na prática
O novo fluxo de atendimento será realizado da seguinte maneira:
- O Hospital Municipal terá como prioridade o atendimento de urgências e emergências;
- Aqueles que puderem esperar serão acolhidos e orientados pelos assistentes sociais a procurar o posto de saúde mais próximo para atendimento. Vale ressaltar que a rede conta com unidades de saúde funcionando até às 19h: ESFs Esperança e Nossa Senhora das Graças; ESFs Jardim Pérola I, II, III e IV; ESFs JK I e II; ESFs Novo Horizonte e Vitória; ESFs São Pedro I, II e III; e ESFs Santa Rita III e IV;
- Pacientes adultos atendidos pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) e Bombeiros serão direcionados dentro da rede de saúde de acordo com o quadro clínico do paciente no momento do atendimento e levando-se em conta o seu histórico de saúde.
Atendimentos
O HMGV tem um histórico de atendimentos classificados como de baixa complexidade (verde e azul, de acordo com o protocolo de classificação de risco adotado na instituição). Nos últimos meses, o hospital realizou cerca de 12 mil atendimentos de baixa complexidade, que deveriam ser realizados nas Unidades de Saúde.
É importante ressaltar que ninguém ficará sem atendimento. Todos os pacientes serão acolhidos e os casos serão avaliados pelos profissionais da triagem e classificados seguindo o protocolo de Manchester (vermelho, laranja e amarelo para casos graves; verde e azul para os pouco urgentes) e, em seguida, orientados e encaminhados de acordo com a necessidade de cada um.
Para o melhor funcionamento do sistema, o Hospital Municipal contará com um médico regulador durante 24 horas, por meio do Núcleo Interno de Regulação (NIR) – sistema que monitora o paciente desde a sua chegada à instituição, durante o processo de internação, movimentação interna e externa, até a alta hospitalar. O NIR tem como finalidade trabalhar o gerenciamento de leitos no nível hospitalar e servir de interface entre o Hospital Municipal e a Central de Regulação de forma integrada e pactuada, visando a otimizar a utilização do leito hospitalar.
Disponibilização de transporte público
Com as mudanças no fluxo de atendimento e a consequente necessidade de deslocamento de pacientes, a Mobi, concessionária responsável pelo transporte público em Valadares, disponibilizará a Linha 07 para atendimento ao Hospital Municipal via UPA e vice-versa.
No sentido HM-UPA, os ônibus passarão pelo ponto da Barraca do Leo, rua Bárbara Heliodora sentido ruas Arthur Bernardes, Israel Pinheiro, Teófilo Otoni e Rui Barbosa, onde haverá, inclusive, a ampliação do ponto ao lado da Policlínica. Dali, os ônibus seguem pela rua Tiradentes sentido Marechal Floriano. Ao chegarem ao bairro Elvamar, os ônibus passam pela avenida Altino Marques, Minas Clube, fazem o retorno e seguem pelo bairro Vila Parque Ibituruna, cruzam a BR-116, até chegarem ao ponto nas proximidades da UPA.
Já para retornar ao Centro, os ônibus saem da UPA em direção à avenida Ibituruna, no bairro Vila Isa, seguem pelo bairro Vila Parque Ibituruna, Minas Clube e retornam seguindo em direção ao Centro. Vale ressaltar que a Linha 58 A já atende a UPA e continuará atuando com o mesmo itinerário e horários.
Para mais informações sobre horários e itinerários, os usuários do transporte coletivo podem acessar o aplicativo GVBus da Mobi.
por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social